No início do mês de
maio houve algumas atividades para consolidar a despedida de nosso voluntariado
em Cáritas Werkstat na cidade Cochem. Os seis meses que passei nesta
instituição de trabalho beneficente foi de extrema importância para a minha
vida profissional e sobre tudo pessoal.
Aqui aprendi a ser
mais humana, a conviver com as diferenças, e quantas diferenças eu aprendi a
vencer! No primeiro momento tive dó, mas depois eu pensei, pra quê? Se eles se
amam como realmente são. Suas necessidades são mais que especiais. Venci
barreiras como o preconceito que tinha dentro de mim mesma, então me lembrou de
uma frase que ouvi de Sandrinha Lemos: “O preconceito todos nós temos, ou você
demonstra ou esconde”.
Pois é, mais de meio ano tão rapidamente se passaram e agora já nem estou mais trabalhando lá. Tendo que me despertar com escuro, fazer o café apressado para não perder a
carona. Nos dias invernosos que tive que sair de casa com 18 graus negativos,
eu me aquecia com o abraço carinhoso de cada um desde da entrada da Cáritas até
à nossa querida Waldhaus (Casa da Floresta, onde compartilhamos boas
experiências).
Então vamos falar um pouco a respeito das festividades realizadas na minha despedida. Após minha recuperação de uma inesperada cirurgia, que me afastou do meu projeto por cerca de mais de duas semanas, retornei somente para compartilhar os dois últimos dias que me restavam e dizer “Tschüsss”.
Dia 07 de maio foi
preparada uma enorme festa de despedidas, e com isso houve a culminância de
nosso projeto de Bordados Ponto Cruz em alemão: “Kreuzstich”. Esse projeto foi inspirado
no trabalho realizado por Irmã Josefa na cidade de Buriti dos Lopes-PI, onde
aprendi a bordar e trabalhar com Ponto Cruz durante anos no artesanato Dom
Bosco, centro este que ajuda até os dias de hoje inúmeras crianças carentes de
nossa cidade.
No começo não foi muito fácil desenvolver tais habilidades com os nossos trabalhadores especiais, pois eles tinham medo de pegar na agulha, enfiar linha e até mesmo segurar o tecido. Acompanhava com muita paciência cada passo deles, cada avanço. Para surpresa de todos começamos a formar uma equipe de seis pessoas e treinavam cerca de duas horas por dias com muita dedicação.
É realmente lamentável, mas a realidade é que neste mesmo mês começamos uma nova etapa do FSJ- Freiwilligen Soziales Jahr (Ano de Voluntariado Social). Dessa maneira, vamos conviver com outro projeto, novas aventuras, novas pessoas a conhecer e compartir alegrias e superar as dificuldades nos impostas.
Até mais!
Ivonete Barros de Sousa